
No mote de Dedé Monteiro:
Quando o sol se despede da campina
E a textura da nuvem muda a cor
O alpendre recebe o morador
Regressando da luta campesina
Entre os ecos da casa sem cortina
Corre um grito chamando por Maria...
E da cozinha pra sala a boca esfria
O mormaço da xícara quase cheia
Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia.
Meia hora antecede a hora santa
Às seis horas da virgem concebida
E o cálice que serve de bebida
Desce quente nas veias da garganta
Já o trigo depois que sai da planta
Faz o pão quando a massa fica fria
E o tempero da cor do fim do dia
Tem mistura de terço, fé e ceia
Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia.
(Mariana Teles)
Nenhum comentário:
Postar um comentário