sábado, 6 de agosto de 2011

Castelos, Casebres e Catedrais

O lançamento do livro de Nenén Patriota ontem (Dia 06/08) em Recife na cacharia Matulão do poeta Jorge Filó foi um sucesso e virou reportagem do DP:

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Fonte: Blog No pé da parede, de Jorge Filó.
O Soneto e o Poeta

Um dos estilos poéticos mais charmoso é o soneto e, a partir de hoje, vamos publicar uma série de postagens com sonetos de diversos poetas sertanejos. Para começar não poderíamos deixar de citar o grande sonetista Diniz Vitorino:



SONETO AO FILHO

Filho meu nunca faças o que eu fiz
E o que eu fiz não procure nem saber
Veja bem meu semblante que ele diz
O que eu tenho vergonha de dizer

Não matei, não feri, porque não quis
Ceifar vidas humanas pra viver
Meu mau foi cantar pra ser feliz
Tendo dor pra chorar até morrer

Que loucura meu filho, é ser poeta
Fingir que é filosofo, que é profeta
Sem reunir multidões pregar a esmo

Aos espaços mandar cantos fingidos
Procurar consolar os oprimidos
Quando o mais oprimido sou eu mesmo.

(Diniz Vitorino)


De Monteiro, na Paraíba, Diniz faleceu no ano passado (2010) e nos deixou grandes sonetos. O poeta Diomedes Mariano certa vez me disse que, ao ler o livro de sonetos "Sombras Douradas" de Diniz, dificilmente consegue encontrar um soneto que seja classificado apenas como bom, pois todos eles são geniais.


O POBRE

Não há pobre tão mísero como o pobre
Muito rico, avarento e desalmado.
Que faz do peito um baú, esconde o cobre,
Nada em ouro, mas vive flagelado.

Subtrai dos vizinhos e não descobre
Que o tesouro quando é mal arranjado,
Gera status, porém não torna nobre
O espírito insensato e desonrado.

Velho enfermo, chegando ao fim da vida,
Chora vendo que a fortuna adquirida,
Não lhe pertence nem vai ao ataúde...

Deixa todos os bens materiais,
Cofres cheios de jóias, cabedais
E não leva um centavo de virtude.

(Diniz Vitorino)


ADEUS

Se me enxotas, mulher, eu parto, já é hora.
Não me humilhes no pranto da partida,
Pois o maior desespero de quem chora,
É não ter sua dor reconhecida.

Minha lágrima é de amor, nasceu agora!
Mas a tua depois será nascida.
Quanto mais escondida ela demora,
Mais será lacrimosa a tua vida.

Os teus remorsos virão! Eu não sei quando.
Haverás de lembrar de mim chorando,
Eu também chorarei sem ti na cama.

Tua lágrima externa falsidade,
Mas as minhas são gotas de saudade,
Jamais secam, nos olhos de quem ama.

(Diniz Vitorino)
AJUPTA Participa da Entrega das Arcas das Letras

No dia 05 de agosto de 2011 foi lançado em Tabira o Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras. O Programa em Tabira foi lançado pelo Coordenador das ARCAS DAS LETRAS no Pajeú, Claudio Gomes e a Secretaria de Administração comandada por Roberta Costa e a Supervisora Municipal Bernadete Lopes, em dez Comunidades rurais.

 No início foi exibido um documentário para reflexão dos agentes e em seguida foi desenvolvido um intenso debate com a participação de todos, inclusive com uma declamação de versos com Dedé Monteiro, nosso poeta tabirense.