De um mestre para outro...
Certa vez Patativa escreveu:
Ao Poeta João Batista de Siqueira (Cancão):
Esta suave ternura
De tua musa sublime
Nos afugenta e tortura
O pranto que nos oprime
Estas joias cintilantes
De teus poemas cantantes,
Para mim são obras-primas
Quer no prazer quer na mágoa
Tu fazes de um pingo de água
Um oceano de rimas.
Compondo a beleza rara
Da poesia sonora
Tua noite é sempre clara
E o teu dia é sempre aurora
Pois, mesmo sendo Cancão,
Gozas da mesma atração
Do famoso uirapuru
Teu verso causa ciúme
E possui mesmo o perfume
Das flores do Pajeú.
Nos teus versos, caro amigo,
Que jorram como a nascente,
A gente sente contigo
Tudo que tua alma sente
Com inspiração divina
A tua lira domina
O vale, o sertão e a serra
Com melodias infindas
Colheste as flores mais lindas
Que o teu Pajeú encerra.
(Patativa do Assaré)