quarta-feira, 31 de agosto de 2011

TABIRA TERÁ NOVO SELO


O primeiro selo foi criado nos 60 anos de emancipação do município em 2009, agora com essa homenagem que o SEBRAE prestou a Tabira por ter sido a 100ª Cidade com a Lei Geral foi criado um novo selo para o Município, em parceria com os Correios.
Quinta Cultural



A Prefeitura de Afogados da Ingazeira, através da Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, promove mais um projeto Quinta Cultural neste dia 1º de setembro, às 20h, no Cine Teatro São José.

Esta 29ª edição traz como tema “O Circo”. Na programação, apresentações de palhaços, malabaristas e contorcionistas com artistas do Real Circo, do Estado do Ceará, além da Companhia Artística Pajeú de Dança do município. O acesso ao evento é gratuito. O secretário municipal de Turismo, Cultura e Esportes, Wagneer Nascimento, espera que o Projeto seja mais sucesso com o tema.
Balaio Cultural

A AJUPTA participará do próximo Balaio Cultural que acontecerá em Tuparetama na próximo sexta-feira dia 02/09 a partir das 20:00. Vai ser uma noite diversificada com declamadores, apresentação do Grupo de Teatro Cabreiros do Sertão de Tabira, a dupla de cantadores Zé Viola e Zecarlos do Pajeú, o Samba de Coco Malhada de Arcoverde, Galego do Pajeú, Eloi e Lucivaldo, e a presença de Genailson do arcodeon.


O Balaio Cultural, que acontece na primeira sexta-feira de cada mês, é um evento gratuito e democrático, com o intercâmbio e a apresentação das diversas manifestações artísticas da região no Espaço de Eventos da Academia das Cidades em Tuparetama. Tendo como articulador principal o artista Fernando Marques, a mobilização e o envolvimento do Coletivo de Artistas de Tuparetama e o apoio da Casa da Cultura, este é um evento que cresce a cada edição. Vale a pena conferir.
Dalinha Catunda, Poetiza Cearense.


SOU FILHA DO REI

Nasci na terra da luz
Pegando sol na moleira
Tomando banho de açude
Pulando da ribanceira
Brincando de tibungar
Nos rios do meu lugar
Na meninice brejeira.

Em noite de lua cheia,
Sob o luar do sertão
Serenatas escutei
Nos acordes da paixão
Presente de namorados,
Poéticos, apaixonados,
Escravos do coração.

Feliz eu era e sabia
Nas terras de Alencar
No leque da carnaúba
Ouvia o vento cantar
Assobiando bonito
No entre palmas um agito
Formando um grácil bailar.

Nasce detrás de um serrote,
O rei sol na minha terra,
Mas na boquinha da noite
Quanta beleza ele encerra
Com a sua vermelhidão
Tinge de rubro o sertão
E se esconde atrás da serra.

No sertão do Ceará
Eu nasci e me criei.
Já andei por muitos reinos
Mas lá sou filha do rei!
No condado de Ipueiras
Depois de romper barreiras
Meu palacete montei.

(Dalinha Catunda)

Para ler mais poemas desta poetiza visite o blog: cantinhodadalinha.blogspot.com

terça-feira, 30 de agosto de 2011

32ºFestival Internacional de Folclore


Para saber mais, acesse: www.festivalcioffbrasil.com

Do blog: Cultura coisa e tal de Alexandre Morais.
A Pedidos: A Receita da Mocofava


Muitos leitores do blog gostaram da história sobre mocofava publicada aqui e ficaram curiosos em saber mais a respeito deste delicioso prato. Alguns retornaram nosso e-mail pedindo a receira, então ai vai:

MOCOFAVA COM POESIA

INGREDIENTES PARA A FAVA:

· 1 kg de fava (de preferência branca)
· 300g de carne-seca dessalgada e cortada em pedaços
· 300g de lingüiça calabresa em rodelas
· 300g de paio em rodelas
· 200g de bacon cortado em pedaços
· 200g de costelinha dessalgada
· 600g de rabo, orelha e pé-de-porco (200g de cada) dessalgados cortados em pedaços
· Cominho
· 1 tablete caldo de carne
· 6 batatas médias sem casca e cortada em pedaços
· 1 cebola grande picada
· 2 tomates cortados
· 4 dentes de alho amassados
· meio pimentão verde picado
· 1 maço de coentro
· 1 maço de cebolinha
· 6 folhas de louro
· 1 colher sopa de extrato de tomate ou colorau

INGREDIENTES PARA O MOCOTÓ

· 1 mocotó, cortado em rodelas e bem lavado com limão
· Cominho
· 1 cebola grande picada
· 2 tomates cortados
· 4 dentes de alho amassados
· meio pimentão verde picado
· 1 maço de coentro
· 1 maço de cebolinha
· 1 colher sopa de extrato de tomate ou colorau

MODO DE PREPARO:

Lave a fava, e afervente por 3 minutos, por 2 vezes, trocando a água para que não fique amarga.
Cozinhe a fava com todos os ingredientes
Cozinhe bem o mocotó na panela de pressão com todos os ingredientes
Refolgue cebola e alho e junte com a fava e o mocotó, deixando por mais 10 minutos.

Se necessário coloque macaxeira junto para cozinhar e engrossar mais o caldo ou bata um pouco da fava com batata no liquidificador, junte e deixe ferver.
E o principal: não esqueça de chamar os poetas para temperar a farra!
Festival de Cantadores Etapa de Tabira

(João Paraibano e Sebastião Dias)

Foi um sucesso a segunda etapa do I Festival de Cantadores do Pajeú das Flores. Tabira recebeu de braços abertos os poetas, que deram um show de improviso da na praça Pedro Pires. Nesta etapa se classificaram mais seis poetas que participarão da grande final em São José do Egito dia 06/09. Foram eles: Diomedes Mariano, Afonso Pequeno, João Paraibano, Edmilson Ferreira, Valdir Teles e Sebastião da Silva


 (João Paraibano e o grande público que veio a praça Pedro Pires)

Além da apresentação dos cantadores quem veio a praça prestigiou os declamadores Vinícios Gregório e Alexandre Morais. Nesta mesma noite ainda foi divulgado o resultado do concurso de poesia que faz parte da programação do festival, Verônica Sobral ficou com o primeiro lugar, James Dion com o segundo e Beta Pires foi a terceira colocada. Tivemos acesso a estrofe de Beta Pires:

Pajeuzeira Feliz

Sou a mais feliz das pajeuzeiras,
Terra preferida por nosso Senhor.
Cheia de poetas que com muito amor
Cantam e decantam as tuas ribeiras.
O som dos teus rios, tuas cachoeiras,
Me inspiram, me tocam, me levam a cantar!
Tuas matas, teus pássaros, estrelas, luar,
Formam o espetáculo, terra abençoada.
Teu berço é meu berço, te canto inspirada
Nos dez de galope na beira do mar.

(Beta Pires 28/08/2011)


Festa de Nossa Senhora de Fátima em Araras

(Dedé Monteiro, Zecarlos, Gonga Monteiro e Eniel Alves)

A AJUPTA e a APPTA participaram no último sábado (dia 27/08) do encerramento da festa de Nossa Senhora de Fátima, padroeira do povoado Araras em Tabira. Foi uma festa tradicional com missa, leilão e recital com os poetas das referidas associações. Durante o leilão o poeta Eniel disse:

Quem tiver muito dinheiro
Ajude a nossa senhora
Compre as coisas do leilão
Não deixe pra outra hora
Insira a boa vontade
E bote a grana pra fora.

(Eniel Alves)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Zé Limeira, O Poeta do Absurdo

Cantando com Serra Branca:

Serra Branca

Limeira meu negro velho,
você está em perigo:
um homem de sua idade,
quando vem cantar comigo,
só corta por onde eu risco,
só engole o que eu mastigo.

Zé Limeira

Você cantando comigo,
o sacrifício é maior:
porque não canta improviso
nem sabe nada de cor,
quanto mais você se apura,
mais eu lhe acho pior.

...

Cantando com Anastácio o mote:

"Vou fazer serenata na calçada
Da menina que amei na minha vida
".


Anastácio

Venho amando do tempo da infância
Uma linda menina que ainda prezo,
Inda quase maluco eu não desprezo
Sua imagem e a sua rutilância.
Desprezá-la seria ignorância.
Minha deusa bonita e preferida
Que por Deus para mim foi escolhida,
Minha estrela brilhante e consagrada…
Vou fazer serenata na calçada
Da menina que amei na minha vida.

Zé Limeira

Prá fazê serenata eu sou bambão,
Toco em frente, de banda, quina e lado.
Na viola eu até toco um bocado,
Sou ribombo e zuada de truvão.
Muitas vezes eu decanto uma canção
Lá no açude de Santa Margarida.
Eu me lasco mais faço uma ferida
No toitiço da velha madrugada…
Vou fazer serenata na calçada
Da menina que amei na minha vida.

Quando a guerra zuou dentro da França
Eu ouvi os estrondo do sertão.
Gosto muito de fava e de feijão,
A muié que eu quiri tinha uma trança.
Japonês e alemão entrou na dança,
As estrada do Brejo é tão comprida
É pecado matá vaca parida,
A Alemanha da China tá tomada…
Vou fazer serenata na calçada
Da menina que amei na minha vida.

...

Cantando com José Alves Sobrinho o mote

"Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu.".

José Alves Sobrinho

Vou lhe avisar agora Zé Limeira
Dizem que quem avisa amigo é
Vou lhe amarrar agora a mão e o pé
E lhe atirar naquela capoeira
Pra você não dizer tanta besteira
Nesta noite em que Deus nos acolheu
Você hoje se esquece que nasceu
E se lembra que eu sou bom e perfeito
Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu.

Zé Limeira

Mais de trinta da sua qualistria
Não me faz eu correr nem ter sobrosso
Eu agarro a tacaca no pescoço
E carrego pra minha freguesia
Viva João, viva Zé, viva Maria
Viva a lua que o rato não lambeu
Viva o rato que a lua não roeu
Zé Limeira só canta desse jeito
Você hoje me paga o que tem feito
Com os poetas mais fracos do que eu.

...

Cantando com Anastácio Mendes Dantas o mote:

"Viva a moça mais bonita"

Anastácio Mendes Dantas

Amigos, no meu sertão
É onde existe menina
Mais bela que a bonina
Do jardim do coração,
Nas festas da apartação,
Quando o vaqueiro se agita.
Derruba o boi e faz fita
Por causa duma donzela
E grita, olhando pra ela:
Viva a moça mais bonita.

Zé Limeira

Já namorei uma Rosa
Que era nega cangaceira,
Gostava de fazê feira,
Tinha uma boca mimosa
Mais, por modo dessa prosa,
Escrevi pra Santa Rita…
Ronca o pombo na guarita,
Passa um poico no chiqueiro,
Diz o bode do terreiro:
Viva a moça mais bonita.
Vozes do Campo

Uma banda com um estilo próprio de tocar. Assim é o grupo VOZES DO CAMPO. Naturais de Tuparetama, no vale do Pajeú, interior de Pernambuco,a banda foi formada no ano de 2007 em uma escola do campo, já que seu líder, o compositor e vocalista Fernando Marques é filho de agricultor e tem nas veias a poesia e a força do homem do campo. Daí vem o nome “VOZES DO CAMPO”.

Com um DVD e três CDs gravados, Fernando e sua turma vem se apresentando nas melhores praças de forró, levando para o palco um show com o autêntico forró calcado na poesia dos menestréis pajeuzeiros. A banda já passou pelos palcos da Sala de Reboco e Casa da Cultura, no Recife; TV Nova e TV Pernambuco;TV Tambaú, afiliada ao SBT da Paraíba; São João de Caruaru, Salgueiro,Cabrobó; Festival de inverno de Triunfo; em festas populares de todo interior Pernambucano e do Cariri Paraibano, contagiando o público com arrasta pé,xote,baião,coco e frevo.

Além dessa apresentação,os meninos de Vozes do Campo farão duas apresentações para um evento solidário do NAAC(Nucleo de Apoio á Criança com Cancer) em Recife neste sabado,às 16:00 horas no mac donald's da Conselheiro Aguiar e às 19:00 horas no Shopping Center Recife.

Contatos:
(87) 9606.9519-9602.9584 (Fernando Marques)
(81) 9945.9558 (81)9744.3501(Fabio Luciano) fernandoerb10@hotmail.com

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Entrega das Arcas do Programa Arcas das Letras

Os Agentes de Leitura já receberam as arcas das letras nas respectivas comunidades onde foi implantado esse projeto. Arcas da Letras é um programa criado pelo MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário) que visa implantar bibliotecas na zona rural dos municípios brasileiros.



O país será melhor
Se plantarmos a cultura
De uma forma diferente
Valorizando a leitura.
Se cada jovem, criança,
Entrar de vez nesta dança
Cultivando um novo "pé"
O seu fruto cultural
Fará da zona rural
Muito melhor do que é.
(Júnior Guedes)

Mais informações a respeito deste projeto você pode conferir na matéria da Folha do Pajeú (Clique na imagem abaixo):


terça-feira, 23 de agosto de 2011


Nova Diretoria da APPTA




Em cerimônia realizada no último sábado, 20 de agosto, na Chácara da Professora Dulce Lima, Pocinhos, em Tabira, foi efetuada a transmissão oficial do cargo de presidente da Associação dos Poetas e Prosadores de Tabira (APTTA), de Genicleide Soares para Andréia Miron.Confira, abaixo, a composição da Diretoria:

Andreia Miron – Presidente
Dedé Monteiro – Vice-Presidente
Núbia Jaciara – 1ª Secretária
Gilvaneide Soares 2ª Secretária
Genicleide Soares – 1ª Tesoureira
Mônica Mirtes – 2ª Tesoureira

Do blog: Tabira Hoje
Belas Tardes de Viola

Próximo domingo, dia 28/08, acontecerá mais uma tarde cantoria no "Bar do Arroz"
a partir das 3 horas da tarde, com os poetas Diomedes Mariano e Rogerio Menezes:



O "Belas Tardes de Viola" é um projeto idealizado por Zecarlos do Pajeú e Zipa que acontece sempre no último domingo do mês, com uma nova dupla de cantadores a cada edição. Vale a pena conferir, a gente se encontra por lá.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Campanha do Agasalho 2011

Chegou o fim da Campanha do Agasalho 2011 promovida pela AJUPTA com o apóio da Secretaria de Administração de Tabira.


A campanha foi um sucesso e a AJUPTA agradece a todos aqueles, que de alguma forma, contribuiram para este evento. A separeção das peças de roupas foi feita na diretoria de esportes. Recebemos uma grande quantidade e variedade de peças.


No momento da separação Júnior Guedes fez:

Trabalhei o dia todo
Sem cobrar nenhum vitém
Mas o cansaço é menor
Quando fazemos o bem
Pois cada lençou dobrado
Vejo um sorriso estampado
No seblante de alguém.

A entrega começou a ser feita no próprio sábado, e a primeira foi no lar do idoso:


Aguardem mais informações a respeito da campanha.
A Mocofava e o Recanto da Poesia

A mocofava é o casamento entre o caldo de mocotó e a favada e, apesar de ter ingredientes da culinária nordestina, foi criada em São Paulo pelo Pernambucano Gecino (Bigode) no bar "Casa do Norte em São Paulo". O prato fez tanto sucesso que o bar passou a ser chamado de "O Mocofava", e hoje é sua marca.

Engraçado é que pouca gente na nossa região conhece a Mocofava. Uma das que conhece, sabe fazer e honra o sabor do prato, é Roberta Costa, e foi essa iguaria o motivo pra mais um improviso do mestre Dedé Monteiro, no Recanto da Poesia, com mote de Roberta:

"No Recanto da Poesia
Comi uma mocofava."

No Recanto da Poesia
Comi uma mocofava.
Fava em todo canto eu via
Porém, mocó não achava,
Mas alguém desata o nó
Dizendo que no mocó
Um engano se destaca
Vi, passando por pixote,
Não ser mocó de serrote
Mas sim, mocotó de vaca!

(Dedé Monteiro)

 (Nesta foto: Paulo Monteiro, Roberta Costa, Júnior Guedes, Dedé Monteiro, Zema e Gonga Monteiro)

Se nunca provou, prove e depois comente aqui no blog. Neste dia saiu mais versos, vou ficar devendo os vesos dos demais poetas.
Classificação da I Etapa


Ontem, dia 21/08, aconteceu a I etapa do I Festival de Cantadores do Pajeú das Flores, em Afogados da Ingazeira - PE. Os seis poetas classificados foram: João Lourenço, Rogerio Meneses, Hipólito Moura, Raimundo Caetano, Ivanildo Vilanova e Jonas Bezerra.

Estes seis classificados já estão na final que acontecerá dia 06/09 em São José do Egito. Outros seis poetas vão ser escolhidos entre 12 cantadores na II etapa, em Tabira - PE, próximo domingo dia 28/08.

As duplas que participarão da etapa de Tabira são:

João Paraibano & Sebastião Dias
Valdir Teles & Sebastião da Silva
Diomedes Mariano & Afonso Pequeno
Edimilson Ferreira & Antônio Lisboa
Severino Feitosa & Raimundo Borges

Segundo o poeta Dedé Monteiro, que participou da mesa julgadora em Afogados, a classificação é independente, ou seja, é julgado o cantador e não a dupla. Ainda segundo Dedé, na etapa final em São José do Egito, os 12 cantadores classificados participarão de um sorteio e as duplas serão formadas na hora, ou seja, está garantido o impriviso de primeira qualidade!

sábado, 20 de agosto de 2011

Jó Patriota 


Job Patriota de Lima nasceu no Sítio Cacimbas, pertencente a então Vila de Umburanas, hoje Itapetim, Pajeú, no sertão pernambucano. Na época em que Jó nasceu, município de São José do Egito. Em Umburanas nasceram por coincidência, obra do acaso, destino ou predestinados, alguns nomes que imortalizaram e incandesceram toda região do Pajeú: Os irmãos Batista, Louro, Dimas e Otacílio, Rogaciano Leite, poeta-repentista de primeira, grande tribuno, jornalista, compositor, e dentre outras, boêmio.

Jó Patriota nasceu no primeiro dia de janeiro do ano de 29, encantou-se, no dia 11 de outubro de 92, portanto, aos 63 anos de vida e muita poesia:

Eu nasci em Itapetim
Lugar onde o camponês
Nunca estudou matemática
Nunca aprendeu português
Mas sabe fazer um verso
Que Castro Alves não fez.

...

Passa o dia por mês e mês por ano
Passa ano por era, era por fase
Nessa fase tão triste eu vejo a base
Do destino passar de plano em plano
Com a mão da saudade o desengano
Passa dando um adeus fazendo um S
Vem a mágoa o prazer desaparece
Quando chega a velhice, foge a graça,
Passa tudo na vida, tudo passa,
Mas nem tudo que passa a gente esquece.

O poeta, político e motista Raimundo Asfora, deu um mote a Jó Patriota, considerado acima do ritmo de percepção:

“Frágeis, fragílimas danças
De leves flocos de espumas”

Jó fez:

Na madrugada esquisita
O pescador se aproveita
Vendo a praia como se enfeita
Vendo o mar como se agita
Hora calmo hora se irrita
Como panteras ou pumas
Depois se desfaz em brumas
Por sobre as duras quebranças
Frágeis, fragílimas danças
De leves flocos de espumas.

...

É falta de caridade
expulsar um peregrino
bater na cara de cego
cortar a corda do sino
negar cachaça a poeta
tomar pão de um menino

Duas brilhantes trovas do poeta:

O mar que no bojo guarda
Todos os mistérios seus
”Indé” um grão de mostarda
Perante os olhos de Deus.

Quando a dor se aproxima
Fazendo eu perder a calma
Passo uma esponja de rima
Nos ferimentos da alma.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Programação da I Etapa

Confira a programação da primeira etapa do I Festival de Cantadores do Pajeú das Flores que acontecerá em Afogados da Ingazeira:

(Clique na imagem)

A segunda etapa acontecerá em Tabira dia 28/08 e a terceira em São José do Egito dia 06/09. As fichas de inscrição para as oficinas e concurso de poesia já estão disponíveis. 

Realização: Credipajeú, Empetur, Governo de Pernambuco e Sicoob Credipajeú.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

De um mestre para outro...


 Certa vez Patativa escreveu:

 Ao Poeta João Batista de Siqueira (Cancão):

Esta suave ternura
De tua musa sublime
Nos afugenta e tortura
O pranto que nos oprime
Estas joias cintilantes
De teus poemas cantantes,
Para mim são obras-primas
Quer no prazer quer na mágoa
Tu fazes de um pingo de água
Um oceano de rimas.

Compondo a beleza rara
Da poesia sonora
Tua noite é sempre clara
E o teu dia é sempre aurora
Pois, mesmo sendo Cancão,
Gozas da mesma atração
Do famoso uirapuru
Teu verso causa ciúme
E possui mesmo o perfume
Das flores do Pajeú.

Nos teus versos, caro amigo,
Que jorram como a nascente,
A gente sente contigo
Tudo que tua alma sente
Com inspiração divina
A tua lira domina
O vale, o sertão e a serra
Com melodias infindas
Colheste as flores mais lindas
Que o teu Pajeú encerra.
 
(Patativa do Assaré)
Reunião

Atenção integrantes da AJUPTA, haverá reunião neste próximo sábado (dia 20/08) ás 19 horas na escola Arnaldo Alves. Nessa reunião vamos definir os versos que vão ser publicados no nosso primeiro cordel, portanto, quem ainda não fez a sua estrofe tem até sábado para fazer.

Lembre-se, o mote é:
"No ventre da poesia
Mais um feto foi gerado"

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Soneto e o Poeta

Com vocês, Rogaciano Leite:


Rogaciano Leite nasceu em Itapetim, no sítio Cacimba Nova, em 1º de Julho de 1920 e faleceu no Rio de Janeiro em 7 de Outubro de 1969. Filho dos agricultores Manoel Francisco Bezerra e de Maria Rita Serqueira Leite, iniciou a carreira de poeta-violeiro aos 15 anos de idade, quando desafiou, na cidade paraibana de Patos, o cantador Amaro Bernadino.

Em seguida, Rogaciano Leite foi para o Rio Grande do Norte, onde conheceu e iniciou amizade com o renomado poeta recifence Manoel Bandeira. Aos 23 anos de idade mudou-se para Caruaru, no agreste pernambucano, onde apresentou um programa diário de rádio. De Caruaru, seguiu para Fortaleza, onde tornou-se bancário .

Entre 1950 e 1955, Rogaciano residiu nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. No Rio casou-se com Maria José Ramos Cavalcante, com quem teve os filhos Rogaciano Filho, Anita Garibaldi, Roberto Lincoln, Helena Roraima, Rosana Cristina e Ricardo Wagner.

Em 1968 deixou o Brasil para uma temporada na França e outros países da Europa . Na Rússia deixou gravado, em monumento na Praça de Moscou, o poema Os Trabalhadores.


Alguns dos poemas mais conhecidos de Rogaciano Leite são: Acorda Castro Alves, Dois de Dezembro, Poemas escolhidos, Carne e Alma, Os Trabalhadores e “Eulália. Rogaciano faleceu, de enfarte miocárdio, no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. O corpo do poeta está sepultado no cemitério São João Batista, em Fortaleza, Ceará. Rogaciano Leite foi, ainda, jornalista e era formado em Direito e Letras.

SORRIR E CANTAR

Quando falas porque vivo rindo
Também falas por viver cantando
Se a vida é bela e este mundo é lindo
Não há razão para viver chorando

Cantar é sempre o que a fazer eu ando
Sorrir é sempre meu prazer infíndo
Se canto e rio,é porque vivo amando
Se amo e canto,é por que vivo rindo.

Se o pranto morre quando nasce o canto
Eu canto e rio pra matar o pranto
E gosto muito de quem canta e rí

Logo bem vês por estes dotes meus
Que quando canto estou pensando em Deus
E quando rio estou pensando em tí.

(Rogaciano Leite)


" SE VOLTARES... "

Como o sândalo humilde que perfuma
o ferro do machado que lhe corta,
hei de ter a minh'alma sempre morta
mas não me vingarei de coisa alguma.

Se algum dia, perdida pela bruma,
resolveres bater à minha porta,
em vez da humilhação que desconforta
terás um leito sobre um chão de pluma.

Em troca dos desgostos que me deste,
mais carinhos terás do que tiveste
e meus beijos serão multiplicados...

Para os que voltam, pelo amor vencidos,
a vingança maior dos ofendidos
é saber abraçar os humilhados.

(Rogaciano Leite)

Caravana Cremepe/Simepe

(Clique na imagem para visualizar o cartaz)

A partir do próximo domingo (21/08), terá início um dos maiores projetos de cidadania de Pernambuco, promovido pelo Conselho Regional de Medicina (Cremepe) e pelo Sindicato dos Médicos (Simepe). Trata-se da Caravana Cremepe/Simepe. Em 2011, a Caravana chega à sua 7ª edição com a meta de percorrer 52 municípios do Sertão do Estado.

O projeto é organizado por entidades médicas, mas seu objeto vai além da avaliação dos serviços de saúde pública prestados à população. A Caravana 2011 fiscalizará hospitais, postos de saúde, Programas e Estratégias de Saúde da Família (PSFs e ESFs), como também promoverá uma pesquisa com a população de cada município visitado sobre as condições de vida em vários aspectos.

Serão distribuídos questionários aos moradores para que eles atribuam notas de zero a 10 sobre nove itens que impactam seus cotidianos, como o nível de educação nas escolas públicas, coleta de lixo e combate à violência e ao uso de drogas.


O projeto também terá como foco estimular debates e reflexões sobre cidadania. Em todas as cidades será exibido o filme “Pela Vida… Pelo Tempo…” - produzido pelo Cremepe, com apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM), que retrata a exclusão social no Nordeste. Após a exibição, é aberta uma discussão com a população local sobre a realidade da região.

Aqui em Tabira a caravana passará dia 24 de agosto e o filme, juntamente com o debate, acontecerá a partir das 14 horas no auditório José Rufino da costa Neto na escola Arnaldo Alves Cavalcanti.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Vem aí

I Festival de Cantadores do Pajeú das Flores com concurso de poesia e oficinas. O festival acontecerá em três etapas: Afogados da Ingazeira (dia 21/08), Tabira (dia 28/08) e em São José do Egito (dia 06/09). Além   das apresentações com os cantadores de viola, também acontecerá oficinas de poesia, gincana e um concurso de poesia.

As inscrições para a oficina e o concurso de poesia você pode fazer com o poeta Dedé Monteiro ou na loja Tend Tudo de Beta Pires.

(Clique na imagem para ampliar o cartaz)

Realização: Credipajeú, Empetur, Governo de Pernambuco e Sicoob Credipajeú.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

João Paraibano



João Paraibano nasceu em Princesa Isabel, na Paraíba, mas está radicado em Afogados da Ingazeira, em Pernambuco. João é cantador de viola, e para muitos hoje ele é imbatível quando o assunto da cantoria é o sertão, onde nasceu e foi criado. Entre os seus discos, destacam-se "Encontro com a Poesia" - com a participação de Valdir Teles, Sebastião da Silva e Sebastião Dias - e "A Arte da Cantoria" - com Ivanildo Vilanova.

Alguns improvisos avulsos de João:

Vi o fantasma da seca
Transportado numa rede
Vi o açude secando
Com três rachões na parede
E as abelhas no velório
Da flor que morreu de sede.

Terreno ruim não dá fruto,
Por mais que a gente cultive,
No seu céu eu nunca fui,
Sua estrela eu nunca tive,
Que o espinho não se hospeda,
Na mansão que a rosa vive.

A juventude não dá
Direito a segunda via
Jesus pintou meus cabelos
No final da boemia
Mas na hora de pintar
Esqueceu de perguntar
Qual era a cor que eu queria

Toda a noite quando deito
Um pesadelo me abraça
Meu cabelo que era preto
Está da cor de fumaça
Ficou branco após os trinta
Eu não quis gastar com tinta
O tempo pintou de graça

Coruja dá gargalhada
Na casa que não tem dono
A borboleta azulada
Da cor de um papel carbono
Faz ventilador das asas
Pra rosa pegar no sono.

Faço da minha esperança
Arma pra sobreviver
Até desengano eu planto
Pensando que vai nascer
E rego com as próprias lágrimas
Pra ilusão não morrer.


Num certo pé-de-parede em julho de 2009 João Paraibano declama pra Jorge, a sua dupla:

Eu fico em sua direita
Pra que voce me conquiste
Deus rasga as trevas da noite
Pra que o mundo me aviste
Viola chora sem lágrima
Mas consola quem ta triste


No vídeo abaixo, os poetas repentistas Valdir Teles e João Paraibano em São Paulo na "Cachaçaria 500" glosando o mote:

“Deus me deu esse dom sem cobrar nada
se eu deixar de cantar é covardia”.

ENCERRAMENTO DA SEMANA DO EMPREENDEDOR INDIVIDUAL




Uma equipe do Sebrae esteve em Tabira ministrando durante uma semana cursos para incentivar o ingresso dos comerciantes locais à formalização, "Vai ficar mais simples obter crédito, tecnologia, exportar, vender para o governo, abrir empresas, se formalizar", explicou Auxiladora Silva, do Sebrae.
As atividades fizeram parte da Semana do Empreendedor Individual. A mobilização nacional incentiva a formalização de profissionais por conta própria e capacita quem já é registrado. Os poetas Dedé Monteiro e Dudu Morais juntamente com o Grupo Pé-de-parede, agradeceram em versos ao Sebrae.
Além de partidipar declamando Dudu também fez um cordel que aborda todos os aspectos desse projeto:


TABIRA DE PARABÉNS,
POR TUDO QUE ELA TEM!
ALÉM DE CHÃO DA CULTURA
TABIRA FOI MAIS ALÉM...
E O SEBRAE NESSE MOMENTO
PRA TERRA DOS 100%
ATRIBUIU NOTA 100!

O SEBRAE TEM UM PAPEL
MUITO MAIS QUE ESPECIAL,
QUE ALÉM DE DAR BENEFÍCIOS
COM O SIMPLES NACIONAL,
TERÃO REGRAS A FAVOR
DO MICROEMPREENDEDOR
MESMO O INDIVIDUAL

EM 2008 LULA
FEZ ALGO EXTRAORDINÁRIO
DEFINIU IMPOSTO ZERO
PARA O PEQUENO EMPRESÁRIO
DISCUTIU PONTO POR PONTO
E UM PEQUENO DESCONTO
DO MONTANTE DO SALÁRIO

A LEI 128
TEVE ALCANCE NACIONAL
E TABIRA PROCURANDO
FOMENTO EMPRESARIAL,
VISANDO EMPREENDIMENTOS
SANCIONOU A LEI 600
PRA ACATAR A LEI GERAL

ASSIM TODO TABIRENSE
QUE PROCURAR INVESTIR,
ABRIR SEU PROPRIO NEGÓCIO,
DEPOIS DE ABERTO EXPANDIR
TERÁ A PLENA CERTEZA
QUE OS DIREITOS DA EMPRESA
ESSA LEI VAI GARANTIR

ALÉM D'OUTROS BENEFICIOS
QUAIS DIREITOS SOCIAIS,
PREVISTOS NA CARTA MAGNA
ART. 7º E DEMAIS
SÃO PREVISÕES GARANTIDAS
DESDE QUE SEJAM CUMPRIDAS
AS EXIGENCIAS LEGAIS



O FUNCIONAMENTO CERTO
CNPJ FEITO,
ALVARÁ DE PREFEITURA,
UM CRÉDITO MAIOR ACEITO.
CADA QUAL BUSCA UM SERVIÇO
MAS SÓ TEM DIREITO A ISSO
QUEM FUNCIONA DIREITO

PALESTRA DE ATENDIMENTO,
COMO SER EFICIENTE,
SOBRE GESTÃO FINANCEIRA,
VITRINE, MARKETING E CLIENTE.
TERÁ UM DIAGNÓSTICO
E PRA UM MELHOR PROGNÓSTICO
O SABRAE SERÁ PRESENTE

ASSIM TABIRA AGRADECE,
AOS PLANOS FOMENTADORES
PELO ESPAÇO QUE É DADO
PARA O PAJEU DAS FLORES
E ALGUÉM DIRÁ UM DIA:
-A TERRA DA POESIA
DOS MICROEMPREENDEDORES.

(Dudu Morais)

sábado, 13 de agosto de 2011

A Arte do Trovador

Um dos estilos mais difíceis de escrever poesia é a trova. A trova consiste em uma estrofe com apenas quatro versos (quatro linhas), esta estrofe tem que ter sentido completo (começo, meio e fim), e é aí que mora a dificuldade, pois é pouco espaço pra falar sobre algo.

Abaixo segue algumas trovas do poeta Ailton Sales, um grande trovador mineiro que conheci pelo orkut na comunidade "Filosofia, prosa e poesia".


Saudade é brasa apagada
Debaixo da cinza quente
Basta uma leve soprada
E ela acende novamente

Se o sofrimento o tortura
Sofre calado e confia
Porquê após a noite escura
Surge sempre um novo dia

Novos sóis se revelando
Na imensidão do infinito
Cada vez mais aumentando
A fé no Deus que acredito

Aquele amor do passado
Que ficou só na lembrança
Tenho o seu nome guardado
No cofre da esperança

Dos erros do meu passado
O maior seja talvez
O de nunca ter lutado
Contra a minha timidez

Meu sofrer eu reconheço
É a duvida sem fim
Se a mulher que não esqueço
Ainda se lembra de mim

(Ailton Sales)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Giuseppe Ghiaroni


A ESTUDANTE, A CASADA E A PERDIDA

Num tempo que vai longe em minha vida
E que eu lembro muito bem mesmo distante
Três amores eu tive: uma estudante
Uma mulher casada e uma perdida

A estudante eu amava afoitamente
Antes da escola mal o sol nascido
A casada na ausência do marido
E a perdida depois do expediente

Era no tempo das imagens belas
Escrevi um poema certa vez
Um poema inspirado em uma delas
Mas fiz três cópias para dar as três

E as três choraram de emoção profusa
Cada qual se sentindo retratada
Cada qual chorou lágrimas de musa
A estudante, a perdida e a casada

Assim algo encontrei de semelhante
Nos diversos amores desta vida
Que a casada tem algo da estudante
E que as duas têm muito da perdida.

(Giuseppe Ghiaroni)
Pérolas do Improviso

Certa vez os três irmãos, Dedé, Gonga e Paulo Monteiro, estavam limpando mato no roçado de um tio deles e, como o terreno era muito pedregoso, vez por outra as inchadas batiam numa pedra fazendo aquele barulho agudo que dava pra escutar de longe, dai Gonga improvisou:

Quando é tempo de inverno
Canta alegre a passarada
Quem passa na estrada escuta
Da beirada da estrada
A música que as pedras tocam
No violão da inchada

Quando terminou de dizer esse verso, Dedé vinha ao seu lado, cada qual limpando uma carreira, nisso tinha um pé de mato que estava mesmo no meio de duas carreiras. O pezinho estava na mesma distância pra os dois, foi quando, por acaso, uma inchada chocou-se com a outra fazendo um tinido, ai foi a vez de Dedé:

Mas quando a luta é pesada
Na hora do sol mais quente
Um não quer ficar atrás
Outro quer passar na frente
Uma inchada bate noutra
E a cantiga é diferente

Coisas de Poeta...
O Soneto e o Poeta

Com vocês, Dedé Monteiro:



SONETO DA REVOLTA

Que culpa tenho de ser diferente
Amar as artes porventura é crime?
Tudo é mutável e o irreverente
Não se acostuma com qualquer regime

Contra a vontade rude e indiferente
Eu sou amante do sagrado time
Que empresta a alma sofre, cria e sente
E sente nojo do poder que oprime

Aprendam isto: gente não se doma!
Pichem meu nome rasguem meu diploma
Aceito tudo com tranquilidade

Se acharem pouco, cubram-me de lodo,
Cortem meu riso, me excomunguem todo!
Só não me toquem na dignidade.

(Dedé Monteiro)



MAIS UM TRONO DE REI NO PARAÍSO

“Lourival, zig-zag do repente”,
Disse alguém, certa vez com muito brilho
E ao dizer, fez justiça, realmente,
À grandeza sem par deste “andarilho”!

Não é só da família a dor presente
Nem é só São José que perde um filho
O Nordeste, enlutado como a gente,
Chora a perda do “Rei do Trocadilho”,

Neste instante, talvez a dor mais plena
Seja aquela que n’alma de Helena
Companheira no pranto e no sorriso!

Mas no céu há poetas festejando
Com “José Carpinteiro”, fabricando
MAIS UM TRONO DE REI NO PARAÍSO

(Dedé Monteiro)




VOLTEI DE NOVO

Voltei de novo, São José da arte,
Pra, num abraço em tua gente amiga,
Humildemente reverenciar-te
E carimbar nossa amizade antiga!

Voltei de novo, que a saudade obriga,
E eu não podia, enquanto o tempo parte,
Lançar um livro e não apresentar-te.
Seria ofensa das que Deus castiga.

Voltei de novo pra estreitar os laços
Com “Patriotas”, com “Marinho” e “Passos”,
Gente que passa e se transforma em mito!

Voltei de novo, terra de Vinícius,
Pra te dizer, sem precisar comícios:
Eu te admiro, São José do Egito!

(Dedé Monteiro)

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Maria da Paz ao vivo na Alltv

(Foto: Cláudio Gomes)

O programa "Café com Astral" - Astrologia e MPB - apresentado por Katia Ripani, recebe Maria Dapaz ao vivo nesta sexta-feira, às 14h pela Alltv www.alltv.com.br para uma homenagem à Clara Nunes, que nasceu dia 12 de agosto. Maria Dapaz sempre fez questão de mencionar a influência da Clara Nunes no início da sua carreira e por isso, sempre é convidada quando se trata de homenagear a Clara. Não perca!

Assista de onde estiver pela internet às 14 h (horário de Brasilia) e avise seus amigos de todos os cantos do mundo.
Cancão, o Poeta "Malassombrado"


MANHÃ DE CHUVA

As andorinhas no rio
Passam baixinho voando
Como crianças brincando
Num lago vasto e sombrio
O mangueiral do baixio
Sente a chuva, estende a rama
No chão, a verdosa grama
Se serve do mesmo orvalho
Que o vento, agitando o galho
A folha treme e derrama

Do sopé da cordilheira
As pequeninas correntes
Se despenham diligentes
Em busca da cachoeira
O xexéu, na aroeira
Olha toda a redondeza
Diante tanta beleza
Se sente todo encantado
Pensa ser o namorado
Mais fiel da Natureza

Dentro do bosque cerrado
A vegetação cochila
Levanta a fronde tranqüila
Sentindo o tronco lavado
Dentro do emaranhado
Que à tarde a sombra rodeia
A ema, lenta, passeia
Em um constante arrepio
Já enfadada do frio
Que a mão da brisa semeia

Passa perto da palhoça
Um boi em lentas passadas
Fazendo as suas pisadas
No balanço da carroça
Vai a tabaroa à roça
Em um ar aborrecido
No caminho mais seguido
Buscar água no regato
Se defendendo do mato
Pra não molhar seu vestido

Caminha o rebanho lento
Do arvoredo vizinho
À procura do caminho
Do planalto lamacento
No campestre friorento
A planta alegre se agita
A flor sorri e palpita
Sentindo os ventos medonhos
Lá dos recantos tristonhos
Que o gênio da sombra habita

O vento passa maneiro
Pelo campo rosciado
Fingindo um céu esmaltado
Coberto de nevoeiro
Na baixada, o ingazeiro
Sente vigor, se renova
Como nos dando uma prova
Se mostra todo florido
Entre o multicolorido
Dum mundo de rama nova.

Pra quem nunca escutou o poeta Canção clique no "video" abaixo para escutá-lo declamando o poema "Meu lugarejo", muito bom e uma raridade:


Pérolas do Improviso



Certa vez Lourival cantava com Canhotinho, que tinha terminado uma sextilha dizendo:

Já sinto o peso dos anos
Querendo roubar-me a paz

Louro fez:

Não posso suportar mais
Na vida, tantos revoltas...
Prazer, por que não me busca?
Mágoas, por que não me soltas?
Presente, por que não foges?
Passado, por que não volta?

Louro em uma cantoria falando sobre a criança:

Criança a mais bela flor
Com que se enfeita a guarida
Mas vale a criança nua
Que a pecadora vestida
Pois a inocência é quem
Melhor nos veste na vida

Cantando com Rogaciano Leite, que já estava com vontade de deixar a terra natal pra buscar recursos em outros lugares, Lourival Batista fez:

Não maltrate sua terra,
Rogaciano, sossega,
Ela é mãe e tu és filho
Paciência, meu colega
Filho que fala da mãe
Morrendo o diabo carrega.

Rogaciano, também grande cantador de Itapetim, responde a altura:

De fato, caro colega,
Sua razão não se some
O diabo carrega o filho
Que da mãe manchar o nome
Mas também carrega a mãe
Que mata o filho de fome.

sábado, 6 de agosto de 2011

Castelos, Casebres e Catedrais

O lançamento do livro de Nenén Patriota ontem (Dia 06/08) em Recife na cacharia Matulão do poeta Jorge Filó foi um sucesso e virou reportagem do DP:

(Clique na imagem para ampliar)

 (Clique na imagem para ampliar)

Fonte: Blog No pé da parede, de Jorge Filó.
O Soneto e o Poeta

Um dos estilos poéticos mais charmoso é o soneto e, a partir de hoje, vamos publicar uma série de postagens com sonetos de diversos poetas sertanejos. Para começar não poderíamos deixar de citar o grande sonetista Diniz Vitorino:



SONETO AO FILHO

Filho meu nunca faças o que eu fiz
E o que eu fiz não procure nem saber
Veja bem meu semblante que ele diz
O que eu tenho vergonha de dizer

Não matei, não feri, porque não quis
Ceifar vidas humanas pra viver
Meu mau foi cantar pra ser feliz
Tendo dor pra chorar até morrer

Que loucura meu filho, é ser poeta
Fingir que é filosofo, que é profeta
Sem reunir multidões pregar a esmo

Aos espaços mandar cantos fingidos
Procurar consolar os oprimidos
Quando o mais oprimido sou eu mesmo.

(Diniz Vitorino)


De Monteiro, na Paraíba, Diniz faleceu no ano passado (2010) e nos deixou grandes sonetos. O poeta Diomedes Mariano certa vez me disse que, ao ler o livro de sonetos "Sombras Douradas" de Diniz, dificilmente consegue encontrar um soneto que seja classificado apenas como bom, pois todos eles são geniais.


O POBRE

Não há pobre tão mísero como o pobre
Muito rico, avarento e desalmado.
Que faz do peito um baú, esconde o cobre,
Nada em ouro, mas vive flagelado.

Subtrai dos vizinhos e não descobre
Que o tesouro quando é mal arranjado,
Gera status, porém não torna nobre
O espírito insensato e desonrado.

Velho enfermo, chegando ao fim da vida,
Chora vendo que a fortuna adquirida,
Não lhe pertence nem vai ao ataúde...

Deixa todos os bens materiais,
Cofres cheios de jóias, cabedais
E não leva um centavo de virtude.

(Diniz Vitorino)


ADEUS

Se me enxotas, mulher, eu parto, já é hora.
Não me humilhes no pranto da partida,
Pois o maior desespero de quem chora,
É não ter sua dor reconhecida.

Minha lágrima é de amor, nasceu agora!
Mas a tua depois será nascida.
Quanto mais escondida ela demora,
Mais será lacrimosa a tua vida.

Os teus remorsos virão! Eu não sei quando.
Haverás de lembrar de mim chorando,
Eu também chorarei sem ti na cama.

Tua lágrima externa falsidade,
Mas as minhas são gotas de saudade,
Jamais secam, nos olhos de quem ama.

(Diniz Vitorino)
AJUPTA Participa da Entrega das Arcas das Letras

No dia 05 de agosto de 2011 foi lançado em Tabira o Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras. O Programa em Tabira foi lançado pelo Coordenador das ARCAS DAS LETRAS no Pajeú, Claudio Gomes e a Secretaria de Administração comandada por Roberta Costa e a Supervisora Municipal Bernadete Lopes, em dez Comunidades rurais.

 No início foi exibido um documentário para reflexão dos agentes e em seguida foi desenvolvido um intenso debate com a participação de todos, inclusive com uma declamação de versos com Dedé Monteiro, nosso poeta tabirense.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Curso de Especialização



Estão abertas as inscrições para o Curso de Especialização em Ensino da Matemática, ofertado pela Universidade de Pernambuco – UPE, com 50 vagas para o Polo de Apoio Presencial em Tabira, o período de inscrição vai até dia 05/08. Os interessados devem acessar o site http://www.ead.upe.br/formulário onde encontrarão o formulário de inscrição, junto do edital da seleção.
Os candidatos devem atender o seguinte pré-requisito: Ter curso superior concluído, reconhecido pelo MEC, em matemática ou áreas afins;
Para mais informações, vá até o Polo de Educação à Distância de Tabira, ou ligue (87) 3847-2366 / 3847-3923.
Não perca esta oportunidade de crescer na profissão!

Fonte: Blog Tabira de todos de Pedro Pereira. 
Campanha do Agasalho

A escola Pedro Ferreira da Silva é destaque na campanha do agasalho. A mesma está fazendo um excelente trabalho em conjunto com a AJUPTA e com a comunidade da jureminha.

(Foto de Pedro Pereira do blog Tabira de todos)

A campanha do agasalho esta a pleno vapor e ainda dá tempo de você fazer a sua doação.
Não deixe despercebido
Comece a fazer o bem
Que depois que a morte vem
Só nos resta o chão batido
A vida só faz sentido
Quando um coração vazio
Perde seu lugar sombrio
Ao ajudar seu irmão
Aqueça seu coração
Dê calor a quem tem frio.

(Diogo Rodrigues)
Jabitacá Segundo Quincas


Lançamento do Livro Jabitacá Segundo Quincas
Data: 15.08.11
Local: Salão Paroquial - Jabitacá - PE
Cantoria: Diomedes Mariano e Sebastião Dias.
Desde o dia 13.08.11 estará à venda na ABCD SOCIAL - Casa de Pedra - Jabitacá - Iguaracy - PE.

Fonte: Blog Cultura e coisa e tal de Alexandre Morais.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Reunião

Atenção integrantes da AJUPTA, esta semana haverá duas reuniões, uma delas hoje (quarta-feira dia 03/08) na Secretaria da Juventude e Meio Ambiente às 7 horas da noite e a outra sábado (06/08) às 8 da manhã na escola Arnaldo Alves. Contamos com a presença de todos vocês.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Show com Integrantes da AJUPTA

Uma das atrações mais elogiadas na edição do Pernambuco Nação Cultural em Tabira foi a apresentação do grupo de poetas da AJUPTA: Dudu Morais (declamando), Geo Azevedo(no violão), Otonni (na zabumba) e José Alan (vocais e percursão).



O grupo, tendo como declamador o poeta Dudu Morais, apresentou um recital de poesia diferenciado: temperado com muita música, seja ela instrumental ao som de violão, zabumba e percussão, ou na voz de Alan quando cantou "meu sertão" de autoria própria.



Nessa estréia ainda tiveram a surpresa de serem convidados para se apresentarem em outras cidades, tamanho foi a surpresa dos presentes. O interessante é que o grupo ainda é tão novo que não possui nome e, no dia da apresentação, o poeta Dedé Monteiro lançou a proposta de colhermos sugestões. Até o momento da publicação desta postagem ainda não há nada conclusivo. As sugestões poderão ser colhidas aqui neste blog ou na comunidade "Filosofia, prosa e poesia" no orkut, vamos lá.