sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O Soneto e o Poeta

Com vocês, Dedé Monteiro:



SONETO DA REVOLTA

Que culpa tenho de ser diferente
Amar as artes porventura é crime?
Tudo é mutável e o irreverente
Não se acostuma com qualquer regime

Contra a vontade rude e indiferente
Eu sou amante do sagrado time
Que empresta a alma sofre, cria e sente
E sente nojo do poder que oprime

Aprendam isto: gente não se doma!
Pichem meu nome rasguem meu diploma
Aceito tudo com tranquilidade

Se acharem pouco, cubram-me de lodo,
Cortem meu riso, me excomunguem todo!
Só não me toquem na dignidade.

(Dedé Monteiro)



MAIS UM TRONO DE REI NO PARAÍSO

“Lourival, zig-zag do repente”,
Disse alguém, certa vez com muito brilho
E ao dizer, fez justiça, realmente,
À grandeza sem par deste “andarilho”!

Não é só da família a dor presente
Nem é só São José que perde um filho
O Nordeste, enlutado como a gente,
Chora a perda do “Rei do Trocadilho”,

Neste instante, talvez a dor mais plena
Seja aquela que n’alma de Helena
Companheira no pranto e no sorriso!

Mas no céu há poetas festejando
Com “José Carpinteiro”, fabricando
MAIS UM TRONO DE REI NO PARAÍSO

(Dedé Monteiro)




VOLTEI DE NOVO

Voltei de novo, São José da arte,
Pra, num abraço em tua gente amiga,
Humildemente reverenciar-te
E carimbar nossa amizade antiga!

Voltei de novo, que a saudade obriga,
E eu não podia, enquanto o tempo parte,
Lançar um livro e não apresentar-te.
Seria ofensa das que Deus castiga.

Voltei de novo pra estreitar os laços
Com “Patriotas”, com “Marinho” e “Passos”,
Gente que passa e se transforma em mito!

Voltei de novo, terra de Vinícius,
Pra te dizer, sem precisar comícios:
Eu te admiro, São José do Egito!

(Dedé Monteiro)

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