terça-feira, 9 de agosto de 2011

Pérolas do Improviso



Certa vez Lourival cantava com Canhotinho, que tinha terminado uma sextilha dizendo:

Já sinto o peso dos anos
Querendo roubar-me a paz

Louro fez:

Não posso suportar mais
Na vida, tantos revoltas...
Prazer, por que não me busca?
Mágoas, por que não me soltas?
Presente, por que não foges?
Passado, por que não volta?

Louro em uma cantoria falando sobre a criança:

Criança a mais bela flor
Com que se enfeita a guarida
Mas vale a criança nua
Que a pecadora vestida
Pois a inocência é quem
Melhor nos veste na vida

Cantando com Rogaciano Leite, que já estava com vontade de deixar a terra natal pra buscar recursos em outros lugares, Lourival Batista fez:

Não maltrate sua terra,
Rogaciano, sossega,
Ela é mãe e tu és filho
Paciência, meu colega
Filho que fala da mãe
Morrendo o diabo carrega.

Rogaciano, também grande cantador de Itapetim, responde a altura:

De fato, caro colega,
Sua razão não se some
O diabo carrega o filho
Que da mãe manchar o nome
Mas também carrega a mãe
Que mata o filho de fome.

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